Os Quechuas e Aymaras habitam o altiplano Peruano-Boliviano, os primeiros falam o idioma quechua, os segundos falam o idioma aymara. Culturalmente têm muitas semelhanças, mas é claro, também têm particularidades. Desde a época dos Incas convivem em harmonia entre si e principalmente com a natureza.
Uma das caraterísticas marcantes é que estas culturas são plenamente coletivas, isso está claro na sua organização. Praticam o centralismo democrático, todas as decisões relativas a comunidade se definem em sessões onde participam toda a comunidade, e os chefes da comunidade são os responsáveis por se fazer cumprir. Isto é a essência do centralismo democrático, sonho teórico do socialismo científico, que hoje em dia parece até utopia para os partidos políticos tradicionais de esquerda que importaram o pensamento filosófico europeu e que, hoje em dia, se pintam de vermelho para conquistar o voto das massas. Em quase todas as expressões artísticas percebe-se esta filosofia de vida. Todos participam, em particular devo falar do Sikuri, ela sincretiza a música, dança, poesia, canto e teatro. Os músicos ao mesmo tempo que dançam, cantam, fazem a coreografia. Acompanhado pelo povo que dança colectivamente ao redor do conjunto denominado Tropa de Sikuris. A filosofia é totalmente distinta do que estamos acostumados a ver na sociedade "moderna", onde se tem ídolos, super-heróis....,uma praga de adolescentes correndo atrás de um "ídolo de barro", ídolos de curta duração e geralmente sem conteúdo artístico. Enquanto na sociedade moderna a tendencia é realçar a aparência e o indivíduo, na sociedade Aymara-Quechua se realça o conteúdo e principalmente o coletivo.
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