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contos orientais

Oásis
Conta uma popular lenda do Oriente Próximo, que um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e, aproximando-se de um velho, perguntou-lhe: - Que tipo de pessoa vive neste lugar ? - Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde você vem ? - perguntou por sua vez o ancião. - Oh, um grupo de egoístas e malvados - replicou o rapaz - estou satisfeito de haver saído de lá. - A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui –replicou o velho.No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe: - Que tipo de pessoa vive por aqui? O velho respondeu com a mesma pergunta: - Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem? O rapaz respondeu: - Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las. - O mesmo encontrará por aqui - respondeu o ancião. Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho: - Como é possível dar respostas tão diferente à mesma pergunta? Ao que o velho respondeu : - Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui, porque, na verdade, a nossa atitude mental é a única coisa na nossa vida sobre a qual podemos manter controle absoluto.
FIM


Viver como as flores

Era uma vez um jovem que caminhava ao lado do seu mestre. Ele perguntou:- Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes, outras mentirosas... sofro com as que caluniam...- Pois viva como as flores! - advertiu o mestre.- Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo.- Repare nestas flores - continuou o mestre - apontando lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas...É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros nos importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora... Não se deixe contaminar por tudo aquilo que o rodeia... Assim, você estará vivendo como as flores!
FIM

A lenda do monge e do escorpião

Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então a margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.- Mestre, deve estar doendo muito! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:- Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.
FIM

De Passagem

Um viajante chegou a uma humilde cabana, onde se dirigiu pedindo água e pousada. Quando chegou foi recebido por um monge que lhe ofereceu acolhimento. Ao reparar na simplicidade da casa e sobretudo na ausência de mobília, curioso indagou: - Onde estão os teus móveis? - Onde estão os teus? - devolveu o monge. - Estou aqui só de passagem - respondeu o andarilho - Eu também...