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planetas com mayor probabilidad de ser habitables...(veja video de animacion)
Utilizando o caçador de exoplanetas HARPS do ESO, uma equipe de astrônomos anunciou hoje uma rica colheita de mais de 50 novos exoplanetas, incluindo 16 super-Terras, uma das quais orbita no limite da zona de habitabilidade da sua estrela. Estudando as propriedades de todos os planetas HARPS encontrados até agora, a equipe descobriu que cerca de 40% das estrelas semelhantes ao Sol possuem pelo menos um planeta mais leve que Saturno.
O espectrógrafo HARPS montado no telescópio de 3.6 metros instalado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, é o descobridor de planetas mais bem sucedido de todo o mundo [1]. A equipe HARPS, liderada por Michel Mayor (Universidade de Genebra, Suíça), anunciou hoje a descoberta de mais de 50 novos exoplanetas que orbitam estrelas próximas, incluindo dezasseis super-Terras [2]. Este é o maior número de planetas deste tipo anunciado de uma só vez [3]. As novas descobertas foram anunciadas num congresso científico internacional sobre Sistemas Solares Extremos, que juntou 350 especialistas de exoplanetas no Wyoming, EUA.
“A colheita de descobertas obtida pelo HARPS excedeu todas as expectativas e inclui uma população excepcionalmente rica em planetas do tipo super-Terra e do tipo de Netuno, que orbitam estrelas muito semelhantes ao nosso Sol. Mais ainda - os novos resultados mostram que a taxa de descobertas está aumentando,” diz Mayor.
Nos últimos oito anos, desde que começou a observar estrelas do tipo do Sol utilizando o método das velocidades radiais, o HARPS foi usado para descobrir mais de 150 novos planetas. Cerca de dois terços de todos os exoplanetas conhecidos com massas menores que Netuno [4] foram descobertos pelo HARPS. Estes resultados excepcionais são o fruto de várias centenas de noites de observação do HARPS [5].
“Nos próximos dez a vinte anos deveremos ter uma primeira lista de planetas potencialmente habitáveis na vizinhança do Sol. Uma tal lista torna-se essencial antes que experiências futuras possam procurar possíveis assinaturas de vida nas atmosferas dos exoplanetas, através de espectroscopia,” conclui Michel Mayor, que descobriu em 1995 o primeiro exoplaneta em torno de uma estrela normal.
Notas
[1] O HARPS mede a velocidade radial de uma estrela com extraordinária precisão. Um planeta em órbita de uma estrela origina um movimento regular da estrela para a frente e para trás relativamente a um observador distante na Terra. Devido ao efeito Doppler, esta variação de velocidade radial induz um desvio no espectro da estrela na direção dos maiores comprimentos de onda à medida que se afasta (chamado desvio para o vermelho) e um desvio para o azul (na direção dos comprimentos de onda menores) à medida que se aproxima. Este pequeno desvio no espectro da estrela pode ser medido por um espectrógrafo de alta precisão, tal como o HARPS e usado para inferir a presença de um planeta.
[2] Planetas com massas entre uma e dez vezes a da Terra são chamados super-Terras. Não existem planetas deste tipo no nosso Sistema Solar, mas parecem ser muito comuns em torno de outras estrelas. Descobertas de tais planetas em zonas de habitabilidade em torno das suas estrelas são muito interessantes porque - se os planetas forem rochosos e tiverem água, como a Terra - podem ser potenciais locais de vida.
[3] Atualmente o número de exoplanetas encontra-se próximo de 600. Para além dos exoplanetas descobertos através do método das velocidades radiais, mais de 1200 candidatos a exoplanetas foram encontrados pela missão Kepler da NASA, utilizando um método alternativo - procura-se a pequena diminuição de brilho de uma estrela quando um planeta passa em frente desta (trânsito) e bloqueia parte da radiação. A maioria dos planetas descobertos pelo método de trânsito encontram-se muito distantes de nós. Em contrapartida, os planetas descobertos pelo HARPS situam-se em torno de estrelas próximas do Sol. Este fato torna-os melhores alvos para observações posteriores, feitas para muitos tipos de estudos adicionais.
[4] Netuno tem cerca de dezessete vezes mais massa que a Terra.
[5] Este enorme programa de observação é liderado por Stéphane Udry (Observatório de Genebra, Suíça).
fotos da ESO
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